Vanessa Nascimento - Motum Project
Tive o prazer de estar diante do talento, Vanessa! (clique no nome dela e conheça seu perfil) Bailarina, professora, calma, sucinta, talentosa, forte!
Esse foi sem dúvida alguma um dos encontros em que além de me fornecer fotos incríveis, trouxe-me crescimento pessoal, e agora poder contar por meio deste curto texto um pouco do que vi e do que me foi contado, é uma honra imensa!
A baixo tentei resumir a experiência da Vanessa, a paixão que senti, e até mesmo a dor, as fotos são apenas um bônus, também não tenho duvidas em dizer isso!

Quando perguntei para a Vanessa o que era a dança para ela, houve alguns instantes de silêncio e um suspiro pesado: "Vida, é literalmente minha vida hoje em dia, talvez não do jeito que eu pensei que seria, mas é [...] Quando eu tinha nove (9) anos, minhas irmãs começaram a fazer aulas e por motivo 'X' decidi fazer, e não parei nunca mais! Danço há 20 anos!"
Contou que em certo momento da sua carreira teve que parar por conta de uma lesão, pensou ser um tempo de descanso, para pensar em outras coisas, talvez, mas que não conseguiu; disse que quase enlouqueceu sentindo falta do que a dança trás, da beleza, da força.
Enquanto me contava, fiquei contente e espantada, alguém que trabalha com dança há tanto tempo ainda ter emoção na voz, que ainda vê tanta beleza na arte! Mesmo em um país onde a maior parte de nós, artistas, somos vistos como não trabalhadores de verdade, "boêmios".

Disse ela: "Ela é a minha maior fonte de prazer e o meu maior desgosto, e é difícil dizer isso... É o que mais gosto de fazer, uma das poucas coisas na vida que eu realmente consegui me identificar inteiramente!
Mas trabalhar com arte é muito difícil, tudo muito sofrido. São poucas oportunidades de atuar na área, são poucas companhias oficiais e as independentes, sofrem para se manterem de pé! Eu estudei quinze (15) anos para poder dar aulas de dança [...] E aí as pessoas querem pagar valores muito baixos por hora/aula. Eu lido com crianças a maior parte do tempo, e dizem 'Ah você da aulinha para criança!' E mano, não tem nada mais delicado do que lidar com criança!
Ela é um ser humano em formação, tanto fisicamente, quanto emocionalmente, tanto intelectualmente. É muita responsabilidade!"


Continua: "Muito complexo, é uma coisa incrível e me preenche de tantas formas diferentes, não sei se conseguiria viver sem isso! Tanto no meu prazer de fazer aulas, quanto no de dar aulas e estar em contato com as pessoas, de transformas as vidas delas! E ao mesmo tempo é tão desvalorizado, mal visto as vezes, levado com descaso. Tem dias que se quer desistir de tudo."
Ser dançarino é ter corpo de atleta, pensamento e alma de artista!
Na foto a baixo, Vanessa se misturou em um multidão que parava para ouvir uma banda na Av. Paulista, quero ressaltar o gingado da criança (risos)!

Quando mostrei a ela ainda na câmera a sessão a seguir, disse que era o que mais a definia, e para ser sincera, eu também acho, e depois de escrever esse texto, eu ao menos preciso de demais explicações para entender o porque!
Maaaaas: "Essa sou eu, ué! Como diz minha amiga: A que não passa despercebida na festinha, que dança no metrô, na festa, no trabalho, no concerto de música clássica, onde tá todo mundo parado, eu preciso me mexer!"



E se é que posso dizer, há muito mais do que isso, há as noites mal dormidas, os infinitos analgésicos, as compressas quentes e frias, as lesões inevitáveis, os dedos dos pés feridos no final do espetáculo, as festas perdidas, a não compreensão de quem não é do meio mas que temos amor, a preocupação e responsabilidade com os alunos, a auto divulgação que nunca pode vacilar; coisas que vão além dos holofotes, além dos palcos, os bastidores feitos de carne, osso e taleto!
Com muito carinho e confesso que, gratificação, mostro a seguir um pouco mais desse ensaio!
Compartilhe com os seus amigos artistas, tenho certeza que há muitas história por ai, e eu adoraria conhecê-las!







Autoria: Sara Santos
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